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M​ã​e de Tudo vol​.​Y

by Pablo Meijueiro

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    Esse cordel narra uma experiência transcendente, na qual o casulo do humano implode, e se abre para uma visão de conexão com o Todo, a partir da perspectiva da Encantaria. Pensar pelas plantas, com as folhas, como pedra, ser eco de outras vozes através da minha voz. Em respeito há vida que se afirma e regenera, gestante de um futuro viável, espontâneo e amoroso. Acolher, respeitar, reverenciar e servir sua mãe, suas mães, todas as mães, deveria ser o fundamento de toda comunidade, o processo de cura e transformação dos traumas coletivos gerados pela colonização, em seus excessos consumistas e predatórios que esse modelo planetário nos tem arremessado.

    Nós temos uma ancestralidade sólida e demonstrável de arranjos que funcionaram por muito mais tempo que o sistema que temos hoje. Precisamos mudar as lentes pelas quais olhamos a história, pois o medo à vida essencial, tem determinado todas as normas e valores que compõem essa barbárie, chamada civilização. A gente pode e deve imaginar outro mundo, experimentar novas possibilidades, com a felicidade natural no amor, com as palavras que brotam espontaneamente do peito sem que haja necessidade ou intenção. Os egípicios antigos acreditavam que a alma residia na língua, que era um leme ou timão com que o ser humano orientava seu caminho pelo mundo.

    A palavra é sagrada, e é tão poderosa, que é usada como um dos principais veículos de preservação e transmissão do axé, por isso que é importante controlar o que se diz. Tudo que sai da boca do ser humano tem poder. Reverbera uma ação sobre as coisas. Podemos preservar o poder da palavra em nós e usá-lo somente para o bem, para construir o futuro que a gente acredita ser bom para nós e para os outros, sejam eles humanos e não humanos, para assim, guarnecer a magia e todos os mistérios profundos que habitam nosso território.

    Toda linguagem arrebatada torna-se música, em imagem, surgem do lugar onde são possíveis conexões com o mundo que partilhamos. A ideia de transforma-lo em um cordel, permite sua difusão, além de ser uma forma de suporte ao projeto.

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1.
Mãe de Tudo 05:55
Mãe de Tudo Eis aí a tua mãe E o ventre que foi criado O peito que lhe trouxe O alimento abençoado Quebrado o equilíbrio Surge a desarmonia Guerra entre as pessoas Onde a paz reinou um dia Anhanga é libertado Do fundo do alagado É água do mau espírito Avoa no ar parado A força negativa O desejo desenfreado Atua sobre tudo Que foi desarranjado Até que o todo, e a natureza Vivam em comunhão Como era no princípio Amor, paz e gratidão Pelas pedras, do meu céu E as estrelas, do meu chão Sendo as águas, o meu sol E o vento, o meu irmão Com a benção de Iara E do Rei Sebastião Dos Mestres da Jurema E os Caboclos do sertão Que nos trazem o bom conselho Cura e proteção Onde o tempo tropeço Batendo o coração Se fiel a intuição Nenhum passo será trocado O sonho será o caminho A ave dos encantados Agradando a grande mãe Que tem tudo nos dado O "progresso" será vencido E o futuro será plantado Voltando a virar mato Sairá, Jaguaretê Muriqui, Arara Azul No tronco do Mucugê Jaci anda por cima Em baixo o povo a pé Buscando saber Ser o Amor que É Aprender é recordar Conduzir a sua essência Ao sopro do mar A espuma da existência Quanto mais se dança Mais leve o corpo fica Canto a esperança A Árvore da justiça A palavra tem espírito Acende o fogo interno O silêncio profundo A fé no mistério Senhora Mãe de Tudo Me curvo ao seu poder Mulher, Terra-Floresta É por ti que o mundo vê. Pablo Meijueiro
2.
Pataxoca 04:38
Lava as cria na na vazante Vem da mata, vem do mangue
3.
Aguar 03:28
Não se luta contra água Água é mais forte Água vence Não resista Apenas sente Você é água Você é um só Isso é amor O que é vivo quando corta Jorra sangue Sai líquido Surge o medo Fique com ele Olhe a água Seiva bruta Eu árvore Se circula pela altura Forma a chuva E o orvalho Banha a terra Se faz rio Aguaceiro Sempre vivo Leite materno Quem tenta boiar, afunda Quem tenta afundar, boia
4.
Mãe d'água 05:56
É em meu canto Que o pranto do tempo ecoa Manso, não é berrando Que recorta o mar à proa De um trovador se espera As palavras que o carvão cala E as notas que só o violão fala Quando anoitece o claro Coisas de cheia maré Silêncio, lua, E de bem querer uma mulher. Hoje o mar não tá pra peixe Nem moqueca pra camarão Ajuntou embarcação Janaína tem segredo Tem colar e tem canção Dia 2 de fevereiro Vamos cantar em saudação Acalmar a mãe das águas Que dorme na imensidão Maresia vai afastar O que tem de ruim pra lá E as ondas vão trazer Saúde para suncê Pescador só joga rede Depois de molhar o pé O que pintam as estrelas No intervalo da maré Nosso destino Bate espuma na areia Minha oferenda Foi se esconde junto a seria Maresia vai afastar O que tem de ruim pra lá E as ondas vão trazer Saúde para suncê
5.
Chamamento 01:41
Da espuma do mar Nasceu, para triunfar Salvador Salvador salvo Salvador salvo Salvador Faz soar na boca da concha O luar Fecundar o ventre da terra Semear Despertar no seio de Deus Recriar Salvador Salvador salvo Salvador salvo Salvador
6.
Touro Negro 03:50
Sonhei Com uma ilha encantada Lençóis de areia Tambor na madrugada Rei dos Reis Sua luz de prata Inundou meus olhos No espelho d'água Touro negro Com a estrela na testa Brinca o terreiro Abençoa essa festa Meu destino Está em suas mãos Ofereço essas rosas Em gratidão Salve Rei Sebastião! Salve
7.
Mergulhar 01:45
Mergulhar É preciso mergulhar Esquecer do que lembrei No mais profundo mar Onde mora o que não sei Abro mão, deixo ir Essencial é saber ver Despir do que aprendi Aprender, desaprender Por fim chegar Donde saí Viajar me conhecer Por fim chegar Donde saí Fruir saber viver
8.
Na ribeira do rio O mistério do mundo Parece tão natural Como os nossos corpos Calor chamando calor O bater do coração A paz enfim Abre a janela e uive Um pouco de possível Reacende em nossa vida Moquea a friagem E a repetição sem história Risca o silêncio Num gesto imenso A soprar no firmamento Faz quentinho de ninho Em flor do campo Tingido a fruto de urucum Como veio ao mundo Matutu lembra de achar Bicho que mora dentro E flecha além do largo do riacho acho acho acho Por de trás Do tamanhão de pedra Calor chamando calor O bater do coração A paz enfim

about

"Mãe de Tudo", é um álbum visual saudando os quatro elementos da natureza. Essa travessia começará pelo vol. Y, que em Tupi significa Água. Ela é o começo, a fonte primordial e originária de todas as coisas. Sua energia representa o próprio ato de amar - o único que dá e não espera nada em troca - apenas que a vida continue.

O disco, naturalmente estabelece laços dentro do universo mítico e mágico no qual o Brasil se cozinha. Do amálgama que envolve pajelanças, ritos ancestrais das áfricas, e a tradição mística do cristianismo popular. A música foi acontecendo em sua vida, temperando sua maneira de viver o arrebatamento do mistério. "Eu não faço música, é a música que me faz. Vem através da escuta, seja na ribeira do rio, ou no marulho do mar, em sonhos iniciais, ou na palavra dos Mestres da Jurema". Revelam brasis à luz do seu próprio coração. Como disse pablo neruda, "de repente os olhos são palavras", palavras viram música, e música em imagem. "Depois de anos, compreendi que o meu trabalho visual e poético, se relacionava com o musical. Eram um trabalho só, e tomei coragem para pôr no mundo."

Foi gravado no estúdio Carolina, contando com a parceria, talento e generosidade de Gus Levy, Kayan Guter, Angelo Wolf e João Werneck, com todos se alternando em distintas funções. Ora gravando, ora tocando. A vontade de fazer junto foi fundamental na criação. "Mais que um disco, a música me trouxe amigos". O coro acompanha boa parte do disco, e foi formado por muit@s amig@s que vieram celebrar esse novo ciclo em sua vida.

Pablo cresceu na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Desenvolveu um extenso trabalho de produção, design, curadoria e realização, no coletivo Norte Comum. Que foi um laboratório de pesquisa e relações afetivas, que geravam ações na cidade, como o Ágoras Cariocas, com o historiador Luiz Antônio Simas, o Sarau Tropicaos dentro do Hospício do Engenho de Dentro, onde foi artista residente no Hotel da Loucura, trabalhando com o grande psiquiatra transcultural Vitor Pordeus; e o Projeto Geringonça, em pareceria com o SESC Tijuca. O espírito-público desses trabalhos, ajudaram e muito a desconstruir e reconfigurar as estruturas e símbolos que nos são oferecidos como prontos pelo estado.

Como se estivesse voltando a uma coisa que sempre esteve ali, a experiência da criação surge como uma necessidade para o artista, que anuncia um mergulho intimista nas mais profundas expressões do nosso povo.

credits

released November 8, 2019

Pablo Meijueiro - Voz, violão dinâmico e nylon, maracá, tãpo e chocalho
Gus Levy - Voz, violão dinâmico, guitarra, piano, rhodes e tãpo
João Werneck - Voz, viola caipira, viola de cocho, violão de aço, tãpo, surdo e reco-reco
Angelo Wolf - Violão dinâmico e aço, surdo e sintetizador
Eduardo Santos - Percussão
Rodrigo Maré - Tambor, Gongo e chocalho
Pablo Carvalho - Tambor

Bia, Caíque, Clara, Dora, Dudu, Gabi, Gigio, Goldman, Gus, João, Johanna, Joana, Ju, Luiza, Marcell, Rubel, Vidi - Coros


Produzido por Gus levy
Assistente de produção, João Werneck
Gravado no Estúdio Carolina por Kayan Guter
Mixado por Angelo Wolf
Masterizado por Angelo Wolf
Arte da capa, Pablo Meijueiro

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Pablo Meijueiro Rio De Janeiro, Brazil

Quem tiver ouvidos para ouvir, escute mais do que eu tenho a dizer, ouça desarmado.

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