1. |
Mãe de Tudo
05:55
|
|||
Mãe de Tudo
Eis aí a tua mãe
E o ventre que foi criado
O peito que lhe trouxe
O alimento abençoado
Quebrado o equilíbrio
Surge a desarmonia
Guerra entre as pessoas
Onde a paz reinou um dia
Anhanga é libertado
Do fundo do alagado
É água do mau espírito
Avoa no ar parado
A força negativa
O desejo desenfreado
Atua sobre tudo
Que foi desarranjado
Até que o todo, e a natureza
Vivam em comunhão
Como era no princípio
Amor, paz e gratidão
Pelas pedras, do meu céu
E as estrelas, do meu chão
Sendo as águas, o meu sol
E o vento, o meu irmão
Com a benção de Iara
E do Rei Sebastião
Dos Mestres da Jurema
E os Caboclos do sertão
Que nos trazem o bom conselho
Cura e proteção
Onde o tempo tropeço
Batendo o coração
Se fiel a intuição
Nenhum passo será trocado
O sonho será o caminho
A ave dos encantados
Agradando a grande mãe
Que tem tudo nos dado
O "progresso" será vencido
E o futuro será plantado
Voltando a virar mato
Sairá, Jaguaretê
Muriqui, Arara Azul
No tronco do Mucugê
Jaci anda por cima
Em baixo o povo a pé
Buscando saber
Ser o Amor que É
Aprender é recordar
Conduzir a sua essência
Ao sopro do mar
A espuma da existência
Quanto mais se dança
Mais leve o corpo fica
Canto a esperança
A Árvore da justiça
A palavra tem espírito
Acende o fogo interno
O silêncio profundo
A fé no mistério
Senhora Mãe de Tudo
Me curvo ao seu poder
Mulher, Terra-Floresta
É por ti que o mundo vê.
Pablo Meijueiro
|
||||
2. |
Pataxoca
04:38
|
|||
Lava as cria na na vazante
Vem da mata, vem do mangue
|
||||
3. |
Aguar
03:28
|
|||
Não se luta contra água
Água é mais forte
Água vence
Não resista
Apenas sente
Você é água
Você é um só
Isso é amor
O que é vivo quando corta
Jorra sangue
Sai líquido
Surge o medo
Fique com ele
Olhe a água
Seiva bruta
Eu árvore
Se circula pela altura
Forma a chuva
E o orvalho
Banha a terra
Se faz rio
Aguaceiro
Sempre vivo
Leite materno
Quem tenta boiar, afunda
Quem tenta afundar, boia
|
||||
4. |
Mãe d'água
05:56
|
|||
É em meu canto
Que o pranto do tempo ecoa
Manso, não é berrando
Que recorta o mar à proa
De um trovador se espera
As palavras que o carvão cala
E as notas que só o violão fala
Quando anoitece o claro
Coisas de cheia maré
Silêncio, lua,
E de bem querer uma mulher.
Hoje o mar não tá pra peixe
Nem moqueca pra camarão
Ajuntou embarcação
Janaína tem segredo
Tem colar e tem canção
Dia 2 de fevereiro
Vamos cantar em saudação
Acalmar a mãe das águas
Que dorme na imensidão
Maresia vai afastar
O que tem de ruim pra lá
E as ondas vão trazer
Saúde para suncê
Pescador só joga rede
Depois de molhar o pé
O que pintam as estrelas
No intervalo da maré
Nosso destino
Bate espuma na areia
Minha oferenda
Foi se esconde junto a seria
Maresia vai afastar
O que tem de ruim pra lá
E as ondas vão trazer
Saúde para suncê
|
||||
5. |
Chamamento
01:41
|
|||
Da espuma do mar
Nasceu, para triunfar
Salvador
Salvador salvo
Salvador salvo
Salvador
Faz soar na boca da concha
O luar
Fecundar o ventre da terra
Semear
Despertar no seio de Deus
Recriar
Salvador
Salvador salvo
Salvador salvo
Salvador
|
||||
6. |
Touro Negro
03:50
|
|||
Sonhei
Com uma ilha encantada
Lençóis de areia
Tambor na madrugada
Rei dos Reis
Sua luz de prata
Inundou meus olhos
No espelho d'água
Touro negro
Com a estrela na testa
Brinca o terreiro
Abençoa essa festa
Meu destino
Está em suas mãos
Ofereço essas rosas
Em gratidão
Salve Rei Sebastião!
Salve
|
||||
7. |
Mergulhar
01:45
|
|||
Mergulhar
É preciso mergulhar
Esquecer do que lembrei
No mais profundo mar
Onde mora o que não sei
Abro mão, deixo ir
Essencial é saber ver
Despir do que aprendi
Aprender, desaprender
Por fim chegar
Donde saí
Viajar me conhecer
Por fim chegar
Donde saí
Fruir saber viver
|
||||
8. |
O mistério do mundo
03:40
|
|||
Na ribeira do rio
O mistério do mundo
Parece tão natural
Como os nossos corpos
Calor chamando calor
O bater do coração
A paz enfim
Abre a janela e uive
Um pouco de possível
Reacende em nossa vida
Moquea a friagem
E a repetição sem história
Risca o silêncio
Num gesto imenso
A soprar no firmamento
Faz quentinho de ninho
Em flor do campo
Tingido a fruto de urucum
Como veio ao mundo
Matutu lembra de achar
Bicho que mora dentro
E flecha além do largo do riacho acho acho acho
Por de trás
Do tamanhão de pedra
Calor chamando calor
O bater do coração
A paz enfim
|
Pablo Meijueiro Rio De Janeiro, Brazil
Quem tiver ouvidos para ouvir, escute mais do que eu tenho a dizer, ouça desarmado.
Streaming and Download help
Pablo Meijueiro recommends:
If you like Pablo Meijueiro, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp